quarta-feira, 23 de março de 2011

EVANGÉLICO SIM! IGNORANTE NUNCA!


Foi-se o tempo em que a imagem que se tinha dos evangélicos era de pessoas simples, alienadas e incultas. Que se vestiam de forma precária, e não tinham nenhum tipo de senso crítico político e social. Hoje grande parte da população brasileira (poderia ser mais) é composta por evangélicos. Essa massificação do protestantismo no país fez com que um fenômeno acontecesse. O número de evangélicos com ensino superior aumentou drasticamente nos últimos anos. Esse aumento fez com que a imagem que se tinha dos “crentes” fosse mudada. Hoje temos evangélicos em todas as camadas da nossa sociedade. São políticos, advogados, médicos, atletas, artistas em geral e formadores de opinião como um todo. Com isso a forma de se transmitir a palavra de Deus foi modernizada trazendo a tona novos estilos de se pregar o evangelho, estilo esse que parece que tem agradado muito a quem não tinha nenhuma religião definida dado o crescimento da religião no Brasil. Essa mudança de postura fez com que as próprias igrejas se adaptassem a essa nova realidade. Cada vez mais as igrejas têm incentivado os seus fiéis a estudarem (inclusive aqueles com pouca instrução) para exatamente, com uma cabeça mais preparada, conseguirem elaborar estratégias mais atuais que vissem atingir o objetivo (no caso levar o infiel a igreja). Essa transformação na forma de se falar sobre Deus tem posto por terra estratégias antigas e pouco eficazes. Senhores vestidos de terno e gravata (normalmente ternos e gravatas de material parco e pouco estiloso causando mais estranhamento ou humor do que uma boa impressão) com suas bíblias abertas, aos gritos, em pleno meio dia nos terminais de ônibus tem perdido muito de seu espaço. Não precisamos nem de muito esforço para percebermos a ineficácia desta tática, uma vez que o passageiro - que provavelmente está cansado – não vai dar o menor ouvido às palavras “do crente chato e enjoado”. Além de tudo esse irmão, que tem as melhores das intenções, claro, joga literalmente palavras ao ar, pois não tem nenhum contexto por trás de sua pregação. Sem a um ponto especifico a atingir de cada pessoa para quem ele esteja falando, dificilmente se irá tocar o coração de alguém. Como contra ponto os “novos evangélicos” (aqueles mais instruídos) tendem a elaborar formas mais eficientes para atrair mais pessoas para a palavra. Criação de grupos de dança, grupos de louvor, e teatro (todos contando com pessoas preparadas para executá-las) são mais eficazes no ato de atrair pessoas, pois são mais informais, leves, e descompromissadas. Fica a cabo do individuo que vai como visitante a igreja a iniciativa de continuar freqüentando ou não. Mas cá entre nós, se a execução destes grupos de dança, louvor ou teatro for bem feita dificilmente esse individuo não voltará (e óbvio que a oratória e a persuasão do pastor ou ministrante ainda é prioritária, os grupos são uma espécie de suporte). Essa forma de passar a palavra – não só literalmente com palavras – mas com ações também, é uma característica mais voltada aos jovens, lhes dando um grande poder. Mas se são os jovens o futuro do país, da sociedade e das nossas igrejas quem melhor para perpetuar que somos evangélicos sim, mas ignorantes absolutamente nunca!

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