Pra você que está lendo agora, e que pega os ônibus do transporte coletivo de Vitória, eu faço uma pergunta: Você já se deparou, em alguma de suas viagens, com algum pedinte? Tenho certeza que sim. São os mais diversos tipos de pedintes (crianças, mulheres, homens, idosos...) e com os mais diversos problemas apresentados também. São homens com algum tipo de deficiência, mulheres com operações no cérebro, crianças que mal sabem falar vendendo balas, enfim... Sempre há alguém. Agora te faço outra pergunta: Porque eles estão se proliferando de tal forma? (Sem brincadeira, de nove em dez viagens que eu faço alguém entra no ônibus pra pedir dinheiro). Essa resposta é fácil. Eles se valem do “bom samaritarismo” das pessoas. Explico-lhes melhor. Para ficar de bem com a sociedade, consigo mesmo, ou com Deus, os passageiros dos ônibus sempre dispõem de algum trocadinho para os pedintes. Essa ação traz consigo um leque de problemas. A ver. Primeiro: Como já apontado aqui, com a “ajuda” dos bons samaritanos de plantão, o que não vai faltar são pessoas para pedir dinheiro (cá pra nós muito melhor que trabalhar né?). Segundo: Os doadores de grana também estão alimentando um problema para eles mesmo. Pois acham que dando uma esmola vão acabar quites com Deus (tipo: _ Po vou dar uma esmolinha aqui pra agradar a Deus para ver se Ele vai esquecer o meu pecadinho que cometi ontem) ou, no que considero o pior dos casos, aqueles que transferem um problema muito mais sério com uma ação facinha de fazer (é muito fácil eu dar R$0,25 a esse molambo do que tentar arrumar um emprego pra ele), por exemplo. E terceiro: Com isso, nós damos ao poder público tudo o que ele quer. Que é não fazer exatamente nada por essas pessoas. Toda essa problemática somada não ajuda em nada a nós, nem enquanto indivíduos e nem enquanto sociedade. Do fundo do coração não acredito que sejamos tão bobos pra acreditar nessa papagaiada que os pedintes nos querem empurrar goela abaixo, ou seja, quem dá dinheiro dá porque quer ficar quites com outras coisas menos especificamente com o próprio pedinte. Sem essa “responsabilidade” (de, tipo, prestar conta a quem dá a esmola) o que não falta são mais pessoas pedindo, utilizando das desculpinhas mais esfarrapadas, e, sem compromisso nenhum, continuando a pedir. Ao dar esmola damos o peixe na mão da pessoa e não a ensinamos a pescar (chavão batido, mas cabível). Se não déssemos esmola o pedinte teria três alternativas: Uma era a de parar de pedir e viver com o pouquinho que tem (a maioria é abastecida pelo INSS, mas pede esmola pra dar um “plus” na renda), outra era de partir para o crime (tomar a força), ou, o que seria melhor, trabalhar (como alguém que pede normalmente não tem o “carão” pra roubar a maioria iria trabalhar). Nas três alternativas forçaríamos o poder público a trabalhar. Seja dando emprego pra essa galera, seja pra aumentar a segurança para evitar roubos. Esse mundo de gente pedindo dinheiro nos ônibus foi um problema criado pela gente e só cabe a nós mesmos resolver. E é simples: Não dando esmola!
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