sexta-feira, 27 de abril de 2012

CONTO "O SEGREDO"



O SEGREDO

Sábado, primeiro de maio, num bairro onde metade de suas casas e prédios é residenciais e metade empresariais 11 funcionários de uma empresa que revende papel estão reunidos. Na pauta: Como melhorar o desempenho das vendas. Estão presentes Luiz Fernando (48) dono da empresa, Geraldo (51) gerente, Luís Ricardo (31) vendedor, Saulo (33) vendedor, Paulo (29) vendedor, Marcelo (25) vendedor, Silas (40) vendedor, Rita de Cássia (26) auxiliar de departamento pessoal, Camila (21) também auxiliar de departamento pessoal, Willian (17) estagiário e Rupert (44) contador.

Todos, claro, pouco satisfeitos de estarem reunidos na empresa num sábado que, ainda por cima, era feriado. A reunião, iniciada às oito da manhã, transcorre sem grandes problemas enquanto Luiz Fernando e Geraldo traçam metas e apontam caminhos, e Rupert, por sua vez, traz consigo números de receita, vendas e despesas. Já passa do meio-dia e faz calor fora do prédio. O prédio onde fica o escritório tem dois andares. No primeiro há um espaço empresarial que atualmente está vazio e o segundo é onde fica o escritório. Há uma pequena área ao ar livre no fundo do prédio que, de suas janelas, dão para ver uma grande avenida que em dias normais de trabalho é bastante movimentada.

A reunião acaba a uma da tarde e todos se levantam devagarmente. Silas chega à janela – fechada por causa do ar condicionado – e brinca com Camila sobre o nenhum movimento da rua lá fora. Enquanto os outros rapazes conversam com Luiz Fernando e Geraldo, Rita também chega à janela e é a primeira a perceber que algo estava errado. Estranhando não haver nenhum movimento na rua Willian abre a janela e percebe próximo a porta da escada do prédio três pessoas caídas. Um homem aparentando ter 50 anos, um motoqueiro caído num canteiro e um homem de roupa de ginástica, mais ao longe, caído na calçada.

Todos correm na janela e olham assustados e apreensivos para os três corpos caídos. Agitados começam a falar simultaneamente estranhando a demora da vinda de socorro às vítimas. Rita volta a salientar o nenhum movimento, “nem dos pardais que voam neste horário”, disse olhando para Geraldo. A apreensão volta a tomar conta de todos que se entreolham. Marcelo decide descer para ajudar as vítimas enquanto todos, a exceção de Paulo que foi a área externa fumar, o seguem. Marcelo desce vagarosamente. Abre a porta e vê, de longe, que não há indícios de acidente algum.

Rita, que estava atrás dos rapazes grita pedindo que Marcelo pare.

_ Não percebeu que não há movimento nenhum. De ninguém.

_ O que quer dizer?

_ Sei lá. Que quem tá do lado de fora tá sofrendo algum tipo de desmaio, não sei.

Ao término da fala de Rita todos retrocedem quase que instintivamente. Luiz Fernando sugere olhar na internet, mas estranhamente não há conexão. Silas sobe e liga a TV. Todos os canais estão fora do ar. Estes contratempos afligem os funcionários que parecem cada vez mais assustados.  Automaticamente todos pegam seus celulares e ligam para suas casas. Todos os aparelhos estão sem sinal. O telefone fixo também está sem sinal. Há um estranho silêncio que dura alguns minutos. Todos olham pelo vidro da janela quase que suplicando por algum movimento, mas nada acontece. Rita sugere:

_ Será que foi alguma coisa no ar? Estávamos aqui dentro nesse meio tempo...

Quando Rita levanta tal hipótese os olhos de Paulo se arregalam, mas ele opta por manter segredo sobre sua escapulida para fumar. Camila sugestiona os colegas a procurarem pessoas no prédio que fica a esquerda (todo fechado) e todos fazem um exercício para procurar por possíveis vítimas. Saulo diz ter visto o que parecia ser uma mulher debruçada sobre a mesa no que parecia ser o sexto andar. Todos se movimentam para ver. Há novamente um momento em que todos falam. Por fim concordam que é uma mulher e que está desmaiada. A hipótese do ar é descartada. Somente após tal desfecho é que Paulo confessa ter saído para fumar. Todos o olham com olhares acusativos quando Luiz Fernando diz:

_ Olha. Precisamos de cumplicidade aqui. Estamos passando por uma situação muito esquisita. Não sabemos o que está acontecendo, mas sabemos que não é coisa boba. Se não confiarmos um no outro a vaca vai pro brejo. Entenderam?

Ninguém respondeu, mas o silêncio dava tom confirmativo. Após o discurso de Luiz Fernando alguns voltaram à janela, enquanto outros tomavam outros lugares do escritório. Paulo foi novamente fumar desta vez acompanhado pela fumante eventual Rita de Cássia. Paulo, irracionalmente, pensou consigo que não deveria lhe dar cigarros, uma vez que não saberia quanto tempo ficaria preso ali. 

Willian lamentou não ter cocaína ali (era usuário “eventual”, segundo ele). Luís Ricardo só pensava em sua filha Júlia de três anos e começou a chorar copiosamente. Apesar de todos se comoverem com a cena ninguém, por algum motivo, foi consolá-lo. Ao ouvir o choro de Luís Ricardo por sua filha Silas sentia-se cada vez mais culpado por só pensar em Carlinha, sua amante de 18 anos, em vez e pensar em sua esposa e filhos. 

Luiz Fernando, por sua vez, só se lembrava do cofre que tinha em casa e nos mil euros que estavam guardados lá. Camila não conseguia pensar em nada, mas mexia na sua aliança de noivado quase que por cacoete. Decidiram fazer um revezamento na janela a procura de movimento. Nada acontecia. Angustiado, Marcelo se levanta e argumenta:

_ Não dá mais pra esperar. Eu vou lá fora.

Todos, mais uma vez, se entreolham assustados. Camila solta um “e se...” bem baixinho. Todos ficam em silêncio por mais alguns segundos. Como ninguém tem forças para conte-lo Marcelo desce. Mais uma vez todos o acompanham. Ele abre a porta e vira-se quase que se justificando:

_ Preciso saber se é só um desmaio ou se eles...

Quando se tocou que o complemento da frase seria “morreram” ele percebe o grau do risco de sua atitude. Ainda assim decide continuar. Ele saí. Nada acontece. Ele continua de pé e bem. Tudo dura uns dez segundos. Há um alivio geral, mas, ainda assim, ninguém saí. Eis que de repente Marcelo cai. Não há expressões em seu rosto. Ele simplesmente desaba. Todos entram em pânico. As mulheres choram. Como se algo contagioso pudesse estar por acontecer eles fecham a porta e sobem as escadas. Mais silêncio. Até que Paulo diz:

_ Pode ter sido um desmaio. Só isso. Ele durou quanto antes de cair? Uns dez segundos? Hein? Hein?

Alguns balançam a cabeça positivamente. 

_ Então é esse o tempo que teremos. Dez segundos. Saímos dois ou três e puxamos ele. Daí a gente vê se foi só desmaio ou se ele... né...

Ninguém se prontifica a ir com Paulo. Ele espera por algum voluntário. Todos abaixam a cabeça em sinal de covardia. Até que surpreendentemente Camila se levanta e diz:

_ Eu.

Todos continuam quietos, mas Saulo parece se incomodar.

_ Só porque é mulher. Tá fazendo graça porque sabe que com isso algum homem irá se oferecer.

_ Você acha que temos tempo para competições entre homens e mulheres? Dispara ela.

_ Eu vou com você Paulo. Levanta-se Luís Ricardo.

_ Eu também vou. Não tô de gracinha não. Sou mais macho do que muita gente que se diz homem. Rebate Camila.

Paulo, Luís Ricardo e Camila descem com o intuito de puxar Marcelo de volta ao prédio. Próximo à porta traçam um improvisado plano. Eles contam até três e saem para puxá-lo. Nervosos não conseguem cumprir a tarefa com sincronia. Contudo o puxam para dentro (em mais de dez segundos). Com Marcelo deitado próximo a escada Geraldo, que tinha sido enfermeiro quando mais moço, toma o pulso do rapaz. Nada. Ele está morto. Mais choro é ouvido. Luís Ricardo cogita:

_ Se o problema é o prédio quem sabe ele volta? Né?

Todos sobem. Passa-se quarenta minutos. Geraldo volta a tomar o pulso de Marcelo. Nada. Dessa vez não há choro. Saulo começa a praguejar:

_ Porque nós? Porque só a gente? O que tá acontecendo?

_ Não é a rua, não é o ar, não é o prédio... Que merda é essa? Dispara Luiz Fernando. 

_ Que porra de mistério é esse? Qual é o segredo? Questiona Paulo

Nesse momento uma luz muito forte abraça toda a sala. Todos se sentem como se estivessem levitando e passando “por dentro” dos móveis e parede. Quando conseguem muito rapidamente abrir os olhos parecem estar numa espécie de redoma de aço. Todos perguntam confusamente:

_ Onde estamos?

_ O que é isso?

_ Porque nós?

_ O que está acontecendo?

_ Qual é o segredo?

Uma nova luz, mais forte do que a primeira os cercam, todos gritam. Depois só silêncio...

quinta-feira, 26 de abril de 2012

VALESCA POPUZUDA E BABI PANICAT. VALE TUDO MESMO?



Será que realmente vale tudo pra ficar na mídia? 

Nestes dias me deparei com duas tragédias à condição básica de dignidade humana. A primeira veio de Valesca Popuzuda. A ex-funkeira decidiu enveradar pelo lado do "pagode romântico" e decidiu chamar o famigerado Mr. Catra para fazer dupla com ela. A música (meu Deus dá pra chamar isso de música?) chama-se "Mama". Mama do verbo mamar. O que Valesca Popuzuda mama? Isso mesmo que você pensou, ela mama o objeto sexual do Mr. Catra.  

Mama
Muita polêmica. Muita confusão
Resolvi parar de cantar palavrão
Então, por isso, negão, vou cantar essa canção
Quando eu te vi de patrão, de cordão, de R1 e camisa azul
Logo encharcou minha x*%ta e ali percebi que piscou o meu c*
Eu sei que você já é casado, mas me diz o que fazer?
Porque quando a p*%roca tem dono é que vem a vontade de f*%der!
Refrão (4x)
Então mama
Pega no meu grelo e mama
Me chama de piranha na cama
Minha x*%ta quer gozar, quero dar, quero te dar
E aí, Catra? O meu grelo já tá latejando! Qual vai ser? Manda o papo, negão!
Quando eu te vi no portão, de trancinha, tamanco e vestido azul
Logo latejou o meu p*%u e ali logo vi que piscou o seu c*
Puxei sua calcinha de lado e dei três cuspidas pro meu p*%u entrar
Então, eu fiquei assustado e vi que você só queria mamar
Mama
Pega minha vara e mama
Vem deitar na minha cama
Ah! Maravilha!
Mama
Olha bem pra mim e mama
Mama o meu saco e chama
Ah! Eu vou me apaixonar
Pô, Valesca, você sabe que no meu harém de mulheres tem mais de cem
Mas você foi a única que se ligou que uma mamada e um copo d’água não se nega a ninguém
E hoje quando eu te peço “mama”, você vem e me mama com calor, você vem e mama com amor, então mama, por favor, mama, por favor
Então mama, pega no meu grelo e mama, me chama de piranha na cama
Que isso, caralho?
Vem mamar, vem
Mama, olha bem pra mim e mama! Mama meu saco, mama. Eu vou me apaixonar
Veeeeeeeem! Vem vem vem vem vem vem mamar!
Quero gozar, vai! Por favor, mama! Mama, negão!
Mama!


Vamos ao raciocinio primário. Pagode ROMÂNTICO? Para Valesca Popozuda termos como "meu pau fica latejando quando te vê e eu vejo o seu cú piscando" é romantismo? Segundo, ela se tratar como uma autentica prostituta - das mais baixas e rampeiras, diga-se passagem - é legal? Vale realmente tudo para chamar a atenção e ficar na mídia, até mesmo jogar (o restinho) de dignidade que se tem no ralo?

Será que vivemos numa sociedade em que se necessita tanto assim de fama e dinheiro? 

Talvez sim não é Babi Rossi



A panicat, semana passada, foi obrigada (?) a raspar a cabeça, ao vivo, no programa Pânico na Band. Ela tinha a opção de não raspar, mas provavelmente sofreria uma série de retaliações e poderia perder o posto de assistente e palco. Ser panicat é hoje em dia o que era ser miss anos atrás, pois trás fama (muita), patrocinio, eventos e, é claro, muito money. Sabendo disso a trupe do Pânico (um programa que gosto muito) usa isso para submeter as garotas às mais crueis situações. Tipo "eu te dou a chance de montar na grana, então você vai ter de dançar conforme a nossa (sádica) música".

Babi tinha a opção de negar, mas não foi o que aconteceu. Preferiu perder uma das partes mais valorizadas pelas mulheres a largar o osso. Teve gente que ficou chocada. Eu fiquei mais chocado com o tamanho (existe algo menor do que micro?) biquini da "moça". A dignidade de Rossi foi pro espaço a muito tempo e não foi porque ficou careca. Será que vale rebolar pelada - e careca - em rede nacional pra ficar na mídia. Será realmente que está valendo tudo mesmo? Espero que não! 

sexta-feira, 13 de abril de 2012

MACONHOLOGIA


Senhoras e senhoras apresento-lhes o novo curso da USP, uma das mais respeitadas universidades públicas do país, trata-se do curso de Maconhologia. A Maconhologia visa estudar, na prática, os efeitos da erva nos seres humanos. As salas de aula não existirão neste curso! Todas as aulas serão ministradas em matas, atrás de árvores e em ambientes escuros e afastados.

Todo o material didático será trago pelo colaborador Zé das Buchinhas que trará todo o aparato de alguma favela vizinha que, dado ao incentivo financeiro dos cursandos de Maconhologia, é dominada pelos traficantes cada vez mais bem armados.

Um lado positivo da disciplina é que todos os alunos estarão ligados, acessos e com a cabeça aberta, mas mesmo assim dificilmente acontecerão debates, uma vez que, com todos  chapados, os cursandos estarão mais ocupados rindo como idiotas de sua imbecilidade.

Mas não é só isso! Os cursandos de Maconhologia já podem pensar no futuro! Que tal virar presidente? Sim. Você pode não saber, mas já tivemos um presidente da república que só não foi cursando de Maconhologia porque tal matéria ainda não existia. Hoje, ele um senhor de mais de 80 anos, defende a liberação de uma droga em vez de estar preocupado com assuntos mais pertinentes ao país. Isso talvez seja fruto de anos de estudo de Maconhologia clandestina.

Como pós-graduação as opções são: Como-ficar-putinho-da-vida-com-a-polícia-que-te-dá-baculejo-na-USP; Seja-como-Fábio-Assunção-e-faça-as-pessoas-ficarem-com-peninha-de-você; ou o melhor: monte-uma-banda-que-faça-apologia-a-droga-e-fique-famoso-e-rico.

Não perca mais tempo!

Se não entendeu nada, leia a matéria no link abaixo:

http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/semana-do-baseado-na-usp-causa-pol%C3%AAmica