quarta-feira, 28 de novembro de 2012

UMA HISTÓRIA DE AMOR


Certo dia um senhor, conversativo que só, me disse: "O amor aparece de onde menos se espera, e se espera um dia ele aparece". Esnobei sua longínqua experiência, até presenciar 'uma história de amor' e comprovar: Sim, o senhor estava certo. Aquele senhor estava muito certo...

Dico vivia apreensivo. Num emprego chato, cansativo e tendo de segurar as pontas de uma família em crise financeira, e vinha de três relacionamentos mal sucedidos. Sentia-se penalizado por, no passado, ter sido relapso com ex namoradas a quem tratava mal por pura imaturidade e inconsequência. Começava a acreditar que estava fadado a solidão que, parecia, não lhe caia tão bem.

Já Nane tinha a solidão por opção. Bela, simpática e atraente, dispensava pretendentes um após outro. Tudo isso fruto de um relacionamento longo, traumático e mal curado. Achava que todos teriam o mesmo doloroso destino. Fechava-se em seu mundo e estava convicta que lá ficaria somente apegada a si e mais ninguém.


Kátia, amiga de Dico, o diagnosticou com 'irritação de fundo amoroso' e decidiu atacar de cupida. Sem que ele soubesse o cadastrou num site de relacionamento com o constrangedor apelido de 'amante à moda antiga'. Dico, por galhofa e molecagem, pôs fogo na brincadeira, mantendo constantemente seu status atualizado e trocando mensagens com pretendentes.


Enquanto isso Nane, em picardia com sua irmã Tina, optou por também se cadastrar no mesmo site para mostrar a irmã que "aquilo nunca funcionaria". Despretensiosamente Nane aceitou o pedido de amizade de Dico (Kátia escolheu as pretendentes num primeiro momento), trocando e mails com ele.


Cinco garotas aceitaram a amizade de Dico e quatro começaram a conversar com ele através da internet. Coincidentemente Nane era a única que ainda não havia conversado com o rapaz. À medida que conversava com as pretendidas o jovem não sentia nas potenciais namoradas aquele "algo a mais".  Neste meio tempo Nane, sempre sem tempo, o deixava conversando sozinho no chat, irritando-o. Em conversa com Kátia, Dico deu um ultimato àquela estória: Ou Nane falaria com ele, ou a excluiria. Quis o destino que neste dia Nane tivesse tempo e o papo, que deveria durar o período do almoço, se estendesse até as quatro da tarde. Ambos trocaram números de telefone.

Quando Dico ligou Nane pouco pôde falar, pois tinha um compromisso. Quando Nane ligou Dico não estava em casa. Ainda assim insistiram e finalmente conseguiram contato. O papo mais uma vez fluiu e um encontro foi marcado.


No dia do encontro Dico foi a uma festa na casa de uns parentes e, na volta, percebeu que estava sem as chaves de casa. Cogitou ir ao encontro de chinelas e camiseta, mas por sorte, seus pais chegaram e ele pôde se aprontar. Nane, apreensiva, cogitou dar um bolo em Dico.

Nane e Dico marcaram numa praia, mas quis o destino que os dois se encontrassem antes, ainda no caminho. Dico reconheceu Nane, porém ela não. Percebendo a situação Dico, sempre bem humorado, puxou conversa com ela que foi pouco receptiva. Usou assuntos aleatórios e, percebendo que a jovem não estava muito afim de falar com um estranho, começou a tocar em assuntos mais restritos, fazendo-a perceber quem ele era.

Nane contou sua estória (que estava ali só para provar a sua irmã que não se encontra um grande amor pela internet) e logo depois deu uma facada no peito de Dico dizendo que "não estava aberta a novos relacionamentos". Ele, mesmo muito atraído por ela, manteve-se tranquilo e disse que, a princípio, a amizade dela era o suficiente.


Com o passar do tempo os encontros foram aumentando e a resistência de Nane em relação a se envolver com Dico diminuindo, até que em uma bela noite de verão aconteceu o primeiro beijo e, desde então, muitos outros aconteceram.  Nane e Dico começaram a namorar, e depois se casaram.     

Fortalecidos após vencerem tantas dificuldades para se amarem, o casal vislumbra a infinitude como limite e que realmente, desde que se viram, perceberam que daquele momento em diante algo em suas vidas seria eterno: Era o amor!   

Esta é uma real história de amor de um casal muito legal que realmente merece tudo de bom dessa vida. Se você também quer ter sua história de amor, abra seu coração, se ame e ame a vida, pois "O amor aparece de onde menos se espera, e se espera um dia ele aparece".

domingo, 4 de novembro de 2012

A CULPA É DE QUEM?


"Percebeu como a Rede Globo manipula a população?"

"A religião (ou futebol) é o ópio do povo!"

"Também, passamos o tempo todo vendo novela."

"Essa música do Michel Teló so emburrece nossa juventude"

"Todo político é ladrão, por isso que o povo vota em qualquer um"

"Porque os funkeiros não usam a porra do fone nos ônibus?"*

Quantas vezes você já ouviu, leu ou falou estas frases? A culpa dos brasileiros serem assim é de quem? Da Rede Globo? De suas novelas? Do futebol? Do funk que aliena as pessoas? Do Michel Teló e seu "Ai Se Eu Te Pego"? Ou, não podia faltar, da religião? Afinal, a culpa é de quem?

Lhes respondo: De nenhum deles! A culpa é da falta de educação, cultura e senso crítico! Explica-se:

Uma população culta, escolarizada e com grande capacidade de senso crítico estaria totalmente vacinada contra qualquer tipo de domínio: Seja ele oriundo da religião, cultura ou força militar.


Então quando alguém vier com o papinho que "a Rede Globo manipula a população com, dentre outros programas, novelas" responda que, se o povo fosse um pouco mais culto, ligaria-se, por exemplo, mais em literatura e menos em programas meramente de entretenimento que força em quase nada sua capacidade de pensar. 

O mesmíssimo argumento vale para o funk, Michel Teló, axés e afins. Zero de preocupação em aprender algo, o lance é só fazer uma coreografia pré-estabelecida pelo cantor. Uma população mais esclarecida, no mínimo, sentiria falta de algo mais elaborado que nos fizesse pensar um pouco sobre a vida e as coisas que nos cercam. E será que ouvir música alta nos ônibus não é reflexo da falta de bom senso e civilidade que, além das famílias, é aprendido nas escolas?


Política, futebol e religião, os três grandes vertices polêmicos, andam lado a lado na ignorância popular. Nem "todo pastor e político são ladrões" como anti religiosos e anti políticos tanto vociferam é verdade. Mas se temos (alguns bem poucos) pastores e políticos ladrões, isso se dá, principalmente, porque seus seguidores, de parca cultura, acreditam piamente em seus argumentos, muitas vezes, igualmente parcos. E o futebol? Brigas de torcida, por exemplo,  reflexo de falta de cultura. Ou você acha que um cara culto, com objetivos na vida, vai perder tempo se estapeando com outro marmanjo na rua? (Mesmo que seja com um argentino chato).


Então porque em países civilizados temos todas essas coisas?

Também temos novelas, futebol, igrejas, big brother, jovens ouvindo música alta nos metrôs (menos do que aqui, mas tem!) em países desenvolvidos. E o Michel Teló é número um na Europa! E agora? Pois é, estes dados só servem para ratificar tudo que escrevi.

É totalmente possível termos todas essas coisas citadas neste artigo, afinal não são elas que são maléficas ao povo. Repito e repito quantas vezes precisar: O mal da sociedade é a falta de cultura, é a falta de educação e a falta de senso cívico, crítico, e social e é a falta de civilidade. As coisas são mais simples do que parecem. 

Vamos construir mais escolas, remunerar melhor nossos professores e educarmos melhor nossos filhos, por favor! Cansei de ler que " a religião é o ópio do povo" no Facebook.   

* Fontes das frases: Facebook