Ontem recebei meu sexto ou sétimo e mail falando sobre (e mal) do programa de Tv Big Brother Brasil da Rede Globo. Este e mail, desta vez, veio como de autoria de Luis Fernando Veríssimo. Receber estes textos já me irritam por si só, mas ter de engolir o fato de algum bobalhão querer emitir uma opinião ou ganhar algum crédito utilizando o nome de um famoso autor me estressa no último. Luis Fernando Veríssimo, Arnaldo Jabor e até o próprio Pedro Bial tem inumeros textos "seus" circulando pela internet emitindo as mais diversas opiniões. Certo dia recebi um e mail de um texto creditado a Drummond onde parte dela dizia "desligue o computador..." Oras desligue o COMPUTADOR? O grande poeta morreu em 1987 e computadores ainda eram aqueles monstrengos que ocupavam salas inteiras e só existiam nos EUA. Eis o problema: O bestalhão se apropia do nome do famoso e cria de sua pouco fértil mente textos ridiculos e mal feitos. Esse é mal da net. Se eu fico puto imagina os autores? Eu gostaria de responder a quem me manda esses mal fadados e mails da forma como estou escrevendo agora (dá vontade mesmo, pois quem envia um texto sem consultar a fonte é tão irresponsável quanto), mas tenho a seríssima impressão de que os mesmos se ofenderiam e não estou a fim de criar inimizade a toa. Então uso a mesma internet, que causa esse constrangimento aos célebres autores, a meu favor. Faço aqui minha tábua de desabafo. Vamos lá. O BBB virou uma espécie de Judas moderno, assim como novelas, Calypso, o funk carioca, futebol, Paulo Coelho... Todos os "intelectuais" de plantão se inflam a cada vez que começa uma nova edição da atração. Com isso o problema fica nos achismos e nos "se achismos" que o referido programa causa. Falar mal do BBB virou uma espécie de status intelectual, ou seja, Big Brother é um programa para ignorantes e eu, que falo mal, por consequência, sou inteligente. O pior é que essa parca linha de raciocinio é totalmente verídica e ampla. Agora vejamos, alguém que, mesmo implicitamente, leva esse conceito consigo não tem o direito (e nem a capacidade) de criticar nada. Aqueles que ainda tentam achar algum argumento normalmente se atem a uma série de preconceitos e moralismos baratos. Uns dizem que o programa é promiscuo, outros que faz propaganda do homosexualismo, e ainda outros (esses eu respeito razoávelmente) que o BBB não acrescenta culturalmente nada. A questão é que tratam o Big Brother como o único mal da TV brasileira, esquecendo-se dos filmes violentos e sensuais da sessão da tarde, ou dos programas "torce e saí sangue" policiais das seis. Detalhe: Programas vespertinos onde qualquer criança tem acesso. Outros moralistas afirmam que a atração da Globo dá maus exemplos exatamente a essas crianças, esquecendo-se de lembrar que já foi criado o controle remoto e que não se paga nada para mudar o canal ou desligar o televisor. No mais quem educa as crianças são os pais (e eventualmente as escolas) e não a televisão. O ponto é que esse intelectual de merda que acha que criticar BBB é o que há de mais "up" na vida e o mesmo que diz, de peito estufado, que "todo político é ladrão", na copa "futebol é o ópio do povo", que "todos os crentes são enrolados pelo pastores corruptos", etc. Um intelectual de verdade, a principio, nem se intitularia como tal. Um intelectual de verdade vai se preocupar é com as verdadeiras mazelas que afligem ao Brasil como corrupção, caos na saúde, insegurança, fome, miséria... E um intelectual de verdade entenderia que o problema não está em um programa de TV e sim na falta geral de cultura e educação do nosso povo. Panico na Tv, Latino, Flamengo, Crepúsculo e todos os considerados "culturas-lixo" podem ser totalmente aceitáveis e acompanhados desde que por uma população que saiba dissernir o que é entretenimento do que é informação. Hoje o mal ocorre porque a população só abraça o entretenimento. Partindo desse pressuposto se alguém vier e der um tiro no peito do Latino, em uma semana aparecerá um outro "cantor" com o mesmo estilo e conteúdo. Então volto ao ponto da educação. Existe Big Brother na Dinamarca e Japão (primeiro e segundos lugares em nível de educação no mundo), são sucessos, e nem por isso a população ficou mais burra (e nem mais promiscua, acredito). Porque? Por que exatamente nestes países o nível cultural é alto e as pessoas sabem distinguir o que é o mais puro entretenimento do que é informação. Não sou a favor (e nem contra) ao Big Brother, mas sou terminamente contrário a esse babacas que criticam o programa só para parecerem um pouquinho que seja mais inteligente. Como diria o e mail com o texto do "Drummond (?)" que recebi: Vá ler um livro pra ver se fica menos idiota e aprenda a criticar o que interessa.
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Pior que é mesmo cara. Até 2012 com mais e mails kkkk.
ResponderExcluirPial Jannes
Ah eu gosto de BBB. Quem critica é pq é falso moralista. Isabel Tássia
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