Carnavalzão chegando e a Skol em polvorosa para o período de maior venda de sua cerveja. Dentre as várias propagandas, que tinha como mote fazer os adeptos da bebida enfrentarem situações plenamente adversas (como ir ao inferno ou pular de um avião sem para-quedas), uma me chamou atenção. Trata-se de uma propaganda em que três amigos vêem uma caixa de cerveja na boca de um dragão cuspidor de fogo. Aos gritos para "salvar" a cerveja um deles diz "vamos pegar o dragão". Nenhum problema, se não fosse pela ideia original (estou sendo bem irônico aqui) da empresa que bolou a propaganda, de colocar uma mulher feia "assustada" com a possibilidade dela ser o dragão a ser pego em questão (foto acima).
Fico pensando onde estão as comissões governamentais que tanto pegaram no pé na propaganda da Gisele Bundchen de lingerie e que acharam que aquilo era "a degradação feminina" e a "apologia a mulher como objeto sexual" que nada faz agora nesta propaganda que, na minha opinião, ofende muito mais as mulheres.
Dona Iriny Lopes, lider de tal comissão, mulher, e dragão, devia ser a primeira a se impor e impedir tal alusão desnecessária e deselegante (momento Sandra Annenberg) da empresa. Alias não é de hoje que as agências publicitárias insistem em um chavão comercial manjado e chulo em que camaradas saem de suas casas (onde talvez deixam suas esposas e filhos) e pedem uma cerveja num bar. Neste momento, quase que por mágica, uma loira gostosa (loira pressupõe-se em alusão a cor da bebida) vem e lhe dá mole. Em suma: Tome cerveja que uma loira gostosa vai querer te dar.
Isso é a degradação feminina, isto é o machismo em mais elevado grau. E o que é feito? Nada! Quando a mulher usa sua sensualidade (caso da propaganda da Bundchen) não pode, mas quando são os homens que usam as mulheres como objeto pode. Queria entender... Ou se é enjoado com tudo, ou com nada, decida Dona Iriny Lopes. Vamos pegar o dragão...
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