sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

POESIA: AMOR DE CARNAVAL


Amor de Carnaval

Colocou sua máscara para esconder sua dor.
Fechou o zíper do coração para cessar o pranto.
Chorou o choro do cavaco.
E cavucou-se por dentro.
Queria bailar como a passista, mas sua tristeza era de concreto.
Viu toda a festa e festejou sua tristeza.
Era um Pierrot de verdade.
Perdido numa multidão de alegria.

Queria lhe falar alguma coisa, mas seus movimentos eram muito bruscos
Porque brincava demais e não se deixava tocar.
Deixou tocado somente minha vontade estática.
De falar que talvez existisse amor.
E que só daquela vez venceria a tristeza.
Pois ela andava lado-a-lado comigo, mas talvez tenha se distraído com a bateria.
E se esquecido de me lembrar que não se permitia.
Talvez tivesse existido um amor de carnaval.

Mas a música terminou, o bloco foi embora você se foi e eu não falei.
A festa acabou de novo.
A escola passou e eu fiquei.
O confete morreu nos braços da serpentina.
E a água da chuva correu e limpou.
Qualquer traço de amor. Sim era amor. Foi amor.
Quando vou te ver de novo? No outro Carnaval? 
Preciso de você, pois meu samba morreu.
 

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