quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

DEUS, DÊ MENOS CARROS



Está passando da hora de as pessoas terem mais sabedoria e bom senso ao expressarem sua religiosidade aos outros. O número de carros com o emblema "presente de Deus" tem se espalhado de tal forma que tem enchido a paciência de todos.

Peguei a montagem feita acima no Face do meu amigo Leonardo. Ela ilustra muito bem o quão ignorante essa propaganda de Deus distribuidor de carros é. Nessa lógica se o Deus cristão distribui carros de presente, porque uma pomba-gira, um buda ou alá não podem fazer o mesmo?


Deus não distribui carros, Deus não dá emprego, Deus não faz o ônibus chegar mais rápido. Deus não é mensageiro, nem guardador de carros e muito menos Papai Noel.

As pessoas tem, cada vez mais, confundido fé com negócio. Nessa concepção acreditar em Deus é, automaticamente, certeza de bons ganhos, de aumento de renda e de um leque de bem feitorias e vitórias e, o que mais? Ter grana para comprar um carro, lógico.

Nesta perspectiva acredita-se em Deus porque irá se ganhar algo em troca, como numa banca de negócio. Então partindo desse pressuposto quando algo dá errado, a culpa também recaí sobre quem? Deus, claro.


Acreditar e Segui-lo, sem interesses, neste caso, soa quase como inimaginável. A fé pura e sem interesses fica em segundo plano. O que vivemos é uma espécie de mercantilização da fé, onde as religiões caminham da mesma forma que a nossa sociedade vem caminhando: Tudo é feito com algum interesse, muito vezes financeiro, por trás.

É necessário nos desapegarmos deste interesse, deste algo em troca, a qual estamos impregnados, seja na religião, seja nas outras esferas da vida. 

Deus não nos presenteia com carros, mas nos dá (sem que seja presente) saúde, boa vontade, perseverança e gana. Com estes benefícios de vida fica muito mais fácil arrumar bons empregos, ter uma boa renda e, aí sim, comprar carros. Por presente? Não! Com luta e com seu próprio suor.


Deus está presente nos subjetivismos e nas coisas que não podemos ver. Minimalizar Sua interferência em nossas vidas através de atos objetivos e palpáveis só abre espaços à decepções e a anti religiosos oportunistas prontos a jogar na cara de todos que usamos o nosso deus, seja de qual religião for, de forma errônea.


Vamos viver nossas vidas, vamos correr atrás de nossos sonhos, e vamos dar mais créditos a nós mesmos. É nos descobrindo que estaremos mais abertos a receber todas as bençãos de Deus, seja ele qual ou quem for, à sua preferência.

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