segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

CONTO 'NÃO ERA UMA VEZ'


NÃO ERA UMA VEZ

Era uma vez uma princesa que andava por um bonito bosque quando encontrou um sapo. O batráquio a pediu um beijo e ela, supondo que se tratava de um príncipe amaldiçoado e preso no corpo daquele repugnante anfíbio, o beijou apaixonadamente, mas nada aconteceu.

Aliás, o que houve foi que a princesa é que ficou doente por ter encostado sua boca em um animal portador de tantas doenças. Enferma, a jovem acabou entrando em coma.

Preocupados, seus amigos a puseram deitada em uma bonita cama no meio da floresta e espalharam a notícia de que a bela precisaria de um príncipe para beijá-la e, supostamente, acordá-la.

Logo um belo jovem apareceu. Com uma bonita capa branca e montado num vistoso cavalo, o príncipe se aproximou da princesa e, acompanhado por vários espectadores, a deu um demorado beijo. Nada aconteceu. A moça continuou desacordada.

O príncipe foi embora, desolado, e em seu lugar foi chamado um médico. O doutor a diagnosticou e a medicou. Logo a garota despertou de seu male.

Agradecida ela o chamou para um jantar no seu castelo. O baile estava recheado por muita gente. O rei, chateado pela princesa ter preterido o príncipe em relação ao médico, a deserdou em plena festa. A garota saiu desembestada deixando para trás um sapato cor de cristal.

O médico prometeu que se casaria com a mulher cujo pé coubesse em tal sapato. E nem demorou para ele achar uma noiva, uma vez que a primeira que provou o sapato, o calçado coube, afinal 90% das meninas da região tinham pés tamanho 34. Como o médico não era de quebrar promessas... 

A desprincesa, pobre, acabou se casando com J. Pinto Fernandes que não participava da história, mas eles não viveram felizes para sempre, porque sempre brigavam quando ele chegava bêbado do trabalho. Cachaça é dose... Isso só deve ser coisa da bruxa má... 

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