segunda-feira, 6 de outubro de 2014

DESCONSTRUINDO O BOLSA FAMÍLIA

O PT no poder. Mérito? Talvez. Mas o quanto o programa assistencialista 'Bolsa família' influencia e influenciou no poderio do Partido dos Trabalhadores? Será o programa uma manobra populista acima de qualquer suspeita? Nem um pouco. Vamos desconstruir o Bolsa Família? Venha comigo.


Desconstruindo o Bolsa Família

Você me conhece? 

Tenho 36 anos, sou professor da rede municipal de Vila Velha há quatro anos. Estudei o ensino fundamental em escola da prefeitura, o médio no estado. Estudei no Colégio Estadual do ES (o de melhor estrutura no estado), após passar em uma prova eliminatória.

Fiz cursinho pré vestibular público (entrei neste cursinho também fazendo prova) e fui aprovado na universidade do ES fazendo vestibular e não contando com nenhum tipo de cota ou "ajudinha". Terminei o curso e cheguei à educação.

Nunca precisei de nenhuma ajuda do governo, apenas usufruí do (pouco) que ele me ofereceu, através de suas OBRIGAÇÕES.

Então lhes pergunto: O Bolsa Família fez falta na minha vida? Não. Nenhuma! Assim como eu, conheço dezenas de colegas que também conseguiram construir suas vidas sem as ajudinhas do governo, mas agora apoiam o bolsa esmola ferozmente. Ora, apoiar tal programa depois de suas próprias vidas provarem que ele não é necessário não é estranho? No mais, trocar a meritocracia do estudo e dedicação pelo comodismo da esmola é um desmerecimento a qual odeio fazer parte.

Desconstrução

* Mas você não vive ou viveu no Nordeste ou na região do sertão mineiro = É. Não vivi. Mas até quando trocaremos nossas falhas por tapas buracos tacanhos? O sertão é desprovido de oportunidade, empregos e até de água. Então qual a solução? Dar R$70 ao povo? Não, não é. O que um governo de caráter deveria fazer era exatamente levar água, emprego e oportunidade a essas pessoas. Se há o (teórico) objetivo de erradicar a pobreza, essa tem de ser feita de forma definitiva e não improvisada e parcial. O que vale mais R$70 ou R$724,00 (um salário mínimo)?

* Diminuição da taxa de mortalidade infantil = Sim, diminuiu. Mas não por causa do bolso esmola. A diminuição se deu porque o país melhorou como um todo (méritos do PT, mas também do PSDB, do Itamar e até do pilantra do Collor). Vocês realmente acham que são os R$70 que estão salvando vidas?


* Fluxo do dinheiro = Tiramos dos ricos e damos aos pobres. Ok Robin Hood, válido. Mas R$70 não tem deixado os ricos mais pobres e, principalmente não tem deixado os pobres mais ricos. Ricos continuarão ricos e pobres, pobres. O abismo se manterá, principalmente porque, em tese, o pobre usará o programa como muleta e não buscará o seu crescimento profissional.

* Menos analfabetos = A frieza dos números. Bem, o país melhorou como um todo então, realmente, essa taxa não haveria de diminuir. Porém vejamos um cenário. O governo distribui a renda às escolas conforme o IDEB que mede o nível de aprovação dos alunos. Em suma: Quanto mais você reprovar menos grana receberá. O que ocorre com isso? Milhares de crianças abaixo do nível educacional que são aprovadas por causa da tal distribuição de renda. Para a frieza dos números, sucesso. Para a realidade, uma multidão de analfabetos funcionais.

* Cidadãos melhores = Quando atingem 14 anos a assistência acaba. Olha que coincidência, é nessa idade que temos os maiores índices de evasão escolar. Mas não vemos muita propaganda governamental sobre isso...

* Menos pobres = Talvez a maior das mentiras. O cenário parece exagerado, mas não é. O bolsa esmola só trabalha com os "vivos". Não há absolutamente nenhum programa que visa prevenir os altos índices de natalidade entre os mais humildes. O que temos com isso? Um círculo vicioso. Sem cultura (por causa do IDEB, lembra?) os jovens não se previnem, têm filhos, usam o bolsa esmola como muleta, não evoluem profissionalmente, e seus filhos (que terão a educação "IDEBIANA") também terão seus filhos, não evoluirão... Gostaria realmente de achar que estou sendo preconceituoso e exagerado, mas não sou.

* Fim da pobreza = Como? Me digam? O gigantesco valor do bolsa esmola mudará a vida de alguém? Mais, quando atinge 14 anos a assistência acaba, e aí? A uma boa escola e um bom estágio à espera dos garotos? Não, né? O bolsa esmola não chega a tanto. Que pena...

Nota: Minha birra não é com o PT, ou a Dilma. E sim com o orgulho que o PT enverga em ter se valido desta esmola como se maravilhoso fosse. Em vez de dar educação e emprego, o governo dá esmola e se orgulha disso. Essa é minha birra.

Guia completo para LGBTs votarem certo nas eleições 2014

Marina, Aécio, Genro, Fidelix... Nenhum candidato falou em eliminar o projeto. O bolsa esmola virou uma mentira que virou uma verdade, a ponto de ser tão decisivo quanto o aborto ou o casamento gay em uma campanha eleitoral. Tenho medo desse panorama...

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

CRÔNICA 'DE VOLTA A QUINTA SÉRIE'


Crônica 'De Volta a Quinta Série'

Já trabalho com educação há algum tempo, invariavelmente lecionando para o ensino médio ou para os oitavos e nonos anos do ensino fundamental. Ou seja, até então lidava com uma turminha um pouco mais velha da qual, nada modestamente admito, consigo transitar bem.

Neste ano fui designado para dar aula para o sexto ano (quinta série). Turminha dos seus 10, 11 anos. Foi um choque. Lidar com a meninadinha é bem diferente e requer ainda mais tato no trato. 

Bagunceiros, mas amáveis, acabei por acostumar com eles. Foi aí que em um raro momento de silêncio deles, me pus a pensar e a lembrar de quando eu era da quinta série e, caramba, quantas memórias vieram a minha cabeça.

Me lembro como se fosse hoje. 

Tudo era muito grandioso. Pomposo. Assustador. E o engraçado é que eu estudaria na mesma escola e basicamente com os mesmos colegas. Ir a tarde me dava a boiada de não ter de acordar cedo (o que sempre odiei) e só isso era que me fazia ficar menos apreensivo.

Ser da turma mais nova da escola é um terror. A gente imagina mil coisas que, no final das contas não acontecem. Um ou outro moleque mais velho botava um terrorzinho aqui e outro acolá, mas nada que tomasse o ano todo. Ainda assim a gente vivia apreensivo, como se algo grave fosse acontecer a qualquer momento.

A relação com os professores também era esquisita, pois eles eram menos, digamos, amorosos, dos que os dos anos anteriores. A relação era mais "profissional" sabe? Eu sempre gostei de ser o queridinho da professora, mas não conseguia manter esse expediente no quinto ano, pois, com nove pessoas diferentes, a gente acaba sendo querido por um e preterido por outro. 

Os alunos bagunceiros tinham um status absurdo. Pra mim eram quase como seres intocáveis. Quando um deles falava comigo eu normalmente agia de forma idiota tamanho o lisonjeio de interagir com as feras. 

E a líbido? A gente começa a ter as primeiras interações amorosas nessa época.  Me lembro de ter uma paixãozinha naquele tempo. A menina nem era a mais bonita da sala, mas eu gostava dela, pois a garota era muito legal comigo. Mas o xodó dos meninos mesmo era uma loirinha, realmente linda e muito expansiva.

Me lembro de um dia em que ela me pediu para copiar meu dever de matemática. Eu obviamente deixei, claro. Todos os meninos olharam pra mim com aquele olhar de inveja e estranhamento. Me senti o maior galã do mundo naquele dia. Depois disso, se a memória não me falha, ela não trocou mais nem uma palavra comigo. Mas não tinha problema: Tinha sempre o dia do exercício de matemática para me lembrar.

A educação física também era engraçada. Jogávamos bola como se estivéssemos na final da Copa do Mundo. Me recordo de como eu me doava nos jogos (normalmente um 5 X 5) e ganhar ou perder era questão de morte. Voltava pra sala molhado de suor e fedendo como nunca na vida. Nessa época a gente começa a sofrer com as mudanças corporais e eu fedia bastante, admito. Eu passava creme contra chulé, pomada contra cecê e, claro, muito antitranspirante. Adiantava? Nada!

As amizades, caramba, as amizades. Me lembro de dois ou três moleques que, juro, eu achei que seriam meus amigos o resto da vida. O engraçado é que troquei de turminha umas quatro ou cinco vezes no ano, e sempre que trocava achava que os caras seriam os meus best friends forevers

Ter sido o único a ter assistido o mítico episódio final do Jaspion (ok inimigos, agora vocês sabem, sou velho pra cacete!) me deu um status de super star por quase um mês. Repetia o roteiro do episódio à exaustão. Eu nem ligava ter de repetir, pois achava o máximo. Me sentia O Jaspion praticamente. 

Consegui passar aquele ano sem pagar nenhum mico (me lembro de um menino que fez xixi nas calças e este episódio foi o único não esquecido por ninguém durante o ano), fruto de um severo monitoramento pessoal. 

Aquele ano foi doido... Quantas coisas... Ah quinta série... Caramba, a quinta série....!!!....  

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A RESPOSTA AOS FRANCESES

Anda circulando pela internet trechos de uma reportagem feita pela famosa revista ESPORTIVA France Football com o título 'A Copa do Medo', obviamente sentando o pau no Brasil, listando uma série de mazelas de nosso país, e pondo em cheque se vale ou não a pena vir ao Brasil assistir a copa. 

Bem... Quem escreve o que quer, lê o que não quer. Oras, é claro que vou me permitir responder. Em itálico e vermelho o trecho da reportagem e abaixo minhas considerações.

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Apesar do lema brasileiro: “Ordem e Progresso”, o que menos se vê na preparação deste mundial, é Ordem ou Progresso.

A FIFA não pediu o Brasil para sediar a Copa, foi o Brasil que procurou a FIFA e fez a proposta.

A corrupção no Brasil é endêmica, do povo ao governo.

A burocracia é cultural, tudo precisa ser carimbado, gerando milhões para os Cartórios.

Tudo se desenvolve a base de propinas.

Todo o alto escalão do governo Lula está preso por corrupção, mas os artistas e grande parte da população acham que eles são honestos, e fazem campanhas para recolher dinheiro para eles.

Beleza. Assino embaixo. Mas isso a gente já sabe.

Hoje, tudo que acontece de errado no Brasil, a culpa é da FIFA, antes era dos EUA, já foi de Portugal, o brasileiro não tem culpa de nada.

Cuidado que os black blocks, ou seja lá o nome que esses baderneiros tem, vão pegar vocês hein!?! Então, isso é importante. A FIFA não é vilã de nada e isto é um fato. Protestar contra a Copa, a alguns meses do torneio é burrice, e das grandes!

E isso demonstra como esse levante já parece morto, antes mesmo de nascer. Se quisesse protestar, que isto fosse feito em 2007, ano em que o Brasil vislumbrou se candidatar a sede. Agora o inteligente é o contrário. É apoiar! Os estádios já estão feitos, as "melhorias" estruturais também. Já que a grana já foi gasta, devemos é, tentar, recuperar parte dela através do turismo.

Protestos válidos acontecerão mais para frente. De preferência próximo às eleições. Aí sim. Para mim os black blocks são bandidos. Porque andar disfarçado se seu intuito é protestar em paz?  Porradaria e baderna pode até espantar os turistas, mas definitivamente não nos dará dinheiro.

O Brasileiro dá mais importância ao futebol do que à política.

Ah para. Sim, os brasileiros dão mais importância ao futebol do que a política, mas vá, os franceses também. Os ingleses também. Os argentinos, turcos, mexicanos... Isso é absolutamente comum. Nenhum país do mundo pode se gabar de ter uma população 100% politizada e o Brasil não é exceção. Nos Estados Unidos, suposto país "número um" do mundo, sua população é muito mais aficionada ao baiseball, futebol, ou basquete do que na vida do Obama. Taí o Homer Simpson que não me deixa mentir. E ainda assim eles dão as cartas no mundo. Basta os EUA assobiarem que a França vem com o rabinho balançando. É ou não é?

A FIFA, como imagem institucional, busca não associar-se a ditaduras. Tanto que excluiu a África do Sul na época do Aparthaid e, ao contrário do COI, recusou a candidatura da China, apesar das ótimas condições que o país oferecia. Mas o Brasil, sede da Copa, vive um caso de amor com ditaduras.

É. Tadinho dos EUA. Os bichos papões China, Irã, Cuba e Venezuela podem fazer mal a eles. Repararam como essa afirmação cai por terra por si só?

O Brasil pleiteava uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, para sentar-se ao lado França, mas devido ao seu alinhamento com ditaduras, a França já se manifestou contrariamente.

Paris é a cidade mais visitada do mundo, com quase 20 milhões de turistas / ano. São Paulo é menos visitada que a pequena Benidorm na Espanha, ou que a cinza Varsóvia, na Polônia ou a poluída Chenzen na China.

É sim, revista FRANCE football. A França é o país mais legal do mundo. O jeito será mudarmos São Paulo para a Europa para ela aumentar seu número de turistas.

No Brasil há mais assassinatos que na Palestina, no Afeganistão, Síria e no Iraque JUNTOS.

No Brasil há mais assassinatos que em toda a AMÉRICA DO NORTE + EUROPA + JAPÃO + OCEANIA.

Fonte??? Bem... A população brasileira é maior, aliás, bem maior, do que Palestina, Bambala, Arimatéia e Iraque juntas né? Logo, proporcionalmente...

O Brasil tem uma porcentagem de universitários menor que o Paraguai;

E olha que o Lula instituiu tudo quanto é tipo de cota hein. Quantidade nunca foi e nunca será qualidade. Prefiro um grupo menor, mas qualificado, do que uma multidão de universitários despreparados.

Apenas 3% dos Brasileiros são bilingues.

Quer dizer que se falássemos inglês seríamos mais prósperos?

A Argentina tem 5 prêmios Nobel, a Colombia 3, o Chile 3, a Venezuela 1, a Colombia 4, o Brasil? Zero!

Ano passado surgiram 300.000 novos analfabetos.

No ranking da ONU de 2012 o Brasil, que já estava mal colocado, caiu mais 3 posições, e hoje é o número 88 no mundo. (A França é 5.)

O Brasil fica atrás de Belize, Ilhas Fiji, Tchad, Azerbaijão, Ilhas Maurícios, Uzbequistão, Mongólia, Paraguai, Trinidad e Tobago, Belarus, Tijiquistão, Botswana, São Tomé e Príncipe, Namíbia, Santa Lúcia, Moldavia… Até atrás da Palestina em guerra, o Brasil conseguiu ficar.

Estatísticas e mais estatísticas criadas por um bando de velhinhos gringos que, aposto, nunca botaram o pé no Brasil. A Argentina tem 5 Nobels? E...? Machado de Assis foi um dos maiores escritores do mundo e nunca ganhou um Nobel de literatura. E agora, dá para dar algum crédito ao Nobel?

No ano passado surgiram 300.000 novos analfabetos? Como assim? Eles nasceram em 2013? Bem... Eu acho que todo mundo nasce analfabeto mesmo.

Ranking da ONU... Vamos perguntar a um velhinho estatístico desses da ONU se eles preferem morar no Brasil ou em Botswana. Será que alguém quererá o país africano?

Ufanismo

Estou longe de ser ufanista ou muito menos alienado pela pátria. É óbvio que temos que melhorar. O que não dá pra aguentar é um bando de franceses (França, porra) querendo tirar onda com a gente, ainda mais se baseando em dados e estatísticas subjetivos e tendenciosos.

Vejo alguns brasileiros repostando essa reportagem como se tivessem prestando um grande favor ao país. Pois não estão! Resmungar não é caminho. Torcer contra a seleção não é o caminho. Brigar com a polícia não é o caminho. Devemos ter sensibilidade e inteligencia e protestar, pacificamente, pela coisa certa. 

As eleições vem aí. E é lá que quero ver esse povo com essa garra toda para melhorar.

Ah, brasileiros e não franceses, ok?

Nota do blog: A reportagem da Revista France Football sobre mundial no Brasil, que apresentava algumas críticas ao mundial, especialmente sobre a segurança e as manifestações, acabou tendo uma versão em português bem diferente da original sendo divulgada por inúmeros blogs e fóruns de discussão na internet. Apesar de quase todos os pontos levantados serem reais, preocupantes e motivo de indignação, o texto sendo divulgado é na verdade um HOAX, por não constar da matéria da revista francesa. É o problema de muitos blogueiros republicarem textos sem a devida análise e investigação. Por outro lado acabou atraindo atenção para reclamações.

No subtítulo real da revista diz: Atingido por uma crise econômica e social, o Brasil está longe de ser aquele paraíso imaginado pela FIFA para organizar uma Copa do Mundo, a menos de 5 meses do mundial, o Brasil virou uma terrível fonte de angústia.

O texto saiu publicado em alguns sites como sendo a tradução do artigo da revista, mas uma análise mais detalhada provou que isto não é verdade. Apesar de parte dos pontos levantados serem verdade (nem todos como, por exemplo: nenhum Colombiano nunca recebeu um prêmio Nobel), a matéria serviu pra gente ver como temos reclamões no Brasil. Taí uma boa nova pauta para a Revista France Football publicar.

CONTO 'NÃO ERA UMA VEZ'


NÃO ERA UMA VEZ

Era uma vez uma princesa que andava por um bonito bosque quando encontrou um sapo. O batráquio a pediu um beijo e ela, supondo que se tratava de um príncipe amaldiçoado e preso no corpo daquele repugnante anfíbio, o beijou apaixonadamente, mas nada aconteceu.

Aliás, o que houve foi que a princesa é que ficou doente por ter encostado sua boca em um animal portador de tantas doenças. Enferma, a jovem acabou entrando em coma.

Preocupados, seus amigos a puseram deitada em uma bonita cama no meio da floresta e espalharam a notícia de que a bela precisaria de um príncipe para beijá-la e, supostamente, acordá-la.

Logo um belo jovem apareceu. Com uma bonita capa branca e montado num vistoso cavalo, o príncipe se aproximou da princesa e, acompanhado por vários espectadores, a deu um demorado beijo. Nada aconteceu. A moça continuou desacordada.

O príncipe foi embora, desolado, e em seu lugar foi chamado um médico. O doutor a diagnosticou e a medicou. Logo a garota despertou de seu male.

Agradecida ela o chamou para um jantar no seu castelo. O baile estava recheado por muita gente. O rei, chateado pela princesa ter preterido o príncipe em relação ao médico, a deserdou em plena festa. A garota saiu desembestada deixando para trás um sapato cor de cristal.

O médico prometeu que se casaria com a mulher cujo pé coubesse em tal sapato. E nem demorou para ele achar uma noiva, uma vez que a primeira que provou o sapato, o calçado coube, afinal 90% das meninas da região tinham pés tamanho 34. Como o médico não era de quebrar promessas... 

A desprincesa, pobre, acabou se casando com J. Pinto Fernandes que não participava da história, mas eles não viveram felizes para sempre, porque sempre brigavam quando ele chegava bêbado do trabalho. Cachaça é dose... Isso só deve ser coisa da bruxa má... 

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

CONTO 'NICHOLAS SPARKS'


NICHOLAS SPARKS

A muito tempo que a caravana de New Village pretendia migrar para o bucólico reino de Wind Beach. O grupo, liderado por Balzac, finalmente conseguiu recursos o suficiente para fazer a famigerada viagem.

Contudo, Mayer, o cocheiro que levaria a caravana, estava aflito. Seu grande amor, Lady Voldemort, não estava na relação que iria para o novo reino. Esperançoso de conseguir contornar tal panorama, o jovem guia foi até Balzac na expectativa de comovê-lo e fazê-lo mudar de ideia.

Balzac o recebeu em seu pomposo castelo e ouviu seus argumentos por várias horas. O líder, na verdade, parecia divertir-se com a aflição do cocheiro, e com a capacidade de criar argumentos que o rapaz proferia.

Após ouvir tudo atentamente, e com um júbilo que conseguia a custo manter obscuro, Balzac continuou taxativo quanto a seu decreto: Lady não iria e pronto!

Com a decisão de seu chefe tomada, Mayer voltou desolado para sua casa. Porém, resoluto a manter seu relacionamento, o jovem decidiu-se: Levaria sua amada, escondida, junto à caravana rumo a Wind Beach.

No dia viagem todos estavam presentes: Rei Master Cat, rainha Black Jewelry, Baronesa Lean Future e a jovem duquesa Tiger Kid II que lia uns estranhos escritos de um tal Sir Nicholas Sparks do reino de América. Junto aos nobres, iam dois lacaios, uma ama, e dois assistentes do rei e, claro, Balzac e Mayer.

Mayer e Lady Voldemort tinham tudo planejado. A garota ia escondida junto aos numerosos pertences do rei e da rainha e lá chegando, e não tendo como voltar, a jovem trabalharia para a rainha.

Lady posicionou-se nos fundos da carruagem dos pertences do rei quando acabou surpreendida por Balzac. O homem a capturou e a pôs em outra carruagem amarrada e vendada. Sem saber que sua amada passava por tal aflição, Mayer seguiu liderando a caravana satisfeito por seu plano supostamente ter dado certo.

Chegando a Wind Beach todos desembarcaram e, após o período onde todos puderam se estabelecer, Mayer foi a procura de sua amada. Chegando ao local tramado, ele não a viu. Mesmo desesperado, o jovem teve de manter sua aflição em silêncio, uma vez que tal insubordinação poderia lhe custar a prisão, ou pior, a morte.

Percebendo a tristeza de Mayer, Balzac divertia-se às custas da mazela do criado. Por vezes, sarcasticamente, o líder perguntava do porquê da introspecção do rapaz que insistia em dizer que não era nada, mesmo estando despedaçado por dentro.


O que o consolava eram os escritos do tal Sparks, um autor de manjadíssimas histórias de amor. Naquelas histórias uma série de óbvios desencontros amorosos ocorriam, porém, no final, o casal se reencontrava e terminava bem.

Mayer estranhou que todas as histórias tinham o mesmo enredo e final, mas, apegado à esperança de que sua vida imitasse a arte daquele medíocre escritor, o jovem perdia-se em sonhos e deixava-se levar pelos enfadonhos escritos.

Após o fim da jornada da família real em Wind Beach, Balzac chamou Mayer para conversar. Após mais uma série de tortura psicológica, o chefe perguntou ao jovem se ele achava que sua história com Lady Voldemort poderia ter o mesmo fim que as histórias de Sparks. Ao responder que sim, Mayer fora abruptamente interrompido por Balzac.

O carrasco líder, com muita crueldade listou o que fez com Lady. A trouxe na caravana (e a manteve distante de seu amado mesmo estando no mesmo reino); retirou sua pureza; fez-lhe-a um filho, a trancafiou numa gruta próximo ao ‘Buraco do Diabo’, e a mutilou retirando sua beleza e juventude.

Após relacionar o que fez com a jovem, Balzac perguntou a Mayer se ele ainda a queria. Egoísta, o jovem disse que não, pois não conseguiria viver com uma mulher feia, desvirtuosa e sofrida como Lady se transformara.   

Saldo desta aventura:

Nicholas Sparks só escreve mentiras!

Balzac fez Mayer sofrer.

Lady Voldemort continuava sozinha.


E Mayer vivia resmungando aos quatro ventos: “Aquele maldito Balzaquiano!”