sexta-feira, 1 de abril de 2011

DOIS

Era uma vez um, que se somou a outro um
Virou dois. A soma perfeita na imperfeição mais exata.
Abstratamente concreta como calçada, como passada.
Como passar de um lugar a outro numa viagem ao mesmo lugar.
É amar, é amar, é amar...

Agora é dois. Feijão com arroz e fome saciada com nada na barriga.
É o passear pelo corpo no calor que o mais ardor me faz frio.
Um desatino antenado num nada profundo.
Mais profundo que um mar que me puxa e me leva. É barco a vela.
Como é bela, como é bela, como é bela...

Veio e foi batendo na cara, amassando o peito naquele amasso mais gostoso.
Num fechar de meus dois olhos que fazia me enxergar por dentro.
É um dentro que dá pra fora, é o despertar de um novo mundo.
Que, velho, me parece calorosamente tranqüilo. É o colo de bebê.
Vou te beber, vou te beber, vou te beber...

Absorto sou dois em um, sou metade, partido, inteiro, menor.
Não maior que um zero redondamente quadrado, num quadrado sem lado.
No espaço sem marcação de tempo, não existe lugar nem hora.
E, naquela hora, o mundo para por uns instantes.
O mundo parou, o mundo parou, o mundo parou...

E só restou um louco pulsar no peito, e espasmos de um coração pueril.
Velho como dois meninos e experiente como a debutante.
Sou eu em suas mãos, marionete de um destino docemente traçado.
Guia de um tesouro já encontrado antes mesmo da busca.
És minha bússola, és minha bussola, és minha bússola...

Não me importo de ser joguete se às vezes, a dois, me sinto foguete.
E não ligue se eu der uma de brabo, experiente
Pois quem manda de verdade no meu pagode é você.
Chegou e botou ordem pra bagunçar depois e eu só meneando a cabeça.
Ta tudo beleza, ta tudo beleza, ta tudo beleza...

Falando em sua beleza, ops, sou suspeito pra falar.
Aliás, cá pra nós dois, sou culpado. Chama a polícia, diria aquele vizinho.
Algumas estórias são boas pra contar. Como aquela estória do cara que
não era ninguém e encontrou o tudo. Lhe é familiar? Ta ali.
Guardada no peito, guardada no peito, guardada no peito.

Dois anos com o meu bem
O coração batendo acelerado a cada dia.
Minha inspiração de poesia, és primazia, destino traçado.
Cada hora mais apaixonado porque no meu coração tem.
Um lugarzinho do amor bem ali na eternidade.

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