Flerte fatal
Nimbos
cinzas a permearem minha cabeça. Oh incertezas!
Quando já
não te via alva em meus sonhos mais tenros.
Caminhei por
dentre tudo que temia, e tremi.
Eu não
queria, mas padeci. Eu já não te via.
Nem alva, nem gris.
Morte,
morte, tão clara morte.
És minha
parceira de leito que não caso.
Passas por
meu caminho e não faço.
Desposa-me
por noivo e não caso.
Definho-me
em leitos infinitos. Em amores não cumpridos. Em pecados...
Pequei por
medo de ter medo. Medrei quando te vi a priore.
Piorei
quando senti sua falta e me puni por senti-la
Paradoxiei
cada laço que tive contigo oh alva morte! Morte, morte tão cara!
Fechei meus
olhos no afã de me vilipendiar.
Cadê o ódio
que devia sentir. Não posso resignar-me, não ainda.
E que a
finda, oras, me conheço.
Te perdoei
antes da morte, te inocentei do suicídio iniciado.
Morte,
morte, doce morte. Sentir teu cheiro me acalma.
É um
agridoce sabor de bálsamo acrescentado de coisa ruim.
Mistura de
vida toda com nada feito. Dor no peito.
Queria que
poesias me salvassem...
Do salgado
mar que me acompanha, que me molha nas manhãs.
Que me faz
sentir frio na tarde e que a noite me abandona.
Eu já disse
que queria te ver mais alva, talvez mais calma.
E que temo
não te temer. Queria tremer, mas só choro.
O gosto da lágrima é bom, me faz sentir dor e
isso me anima.
Mataria a
morte se soubesse como. Queria refletir, mas minha reflexão acabou.
Vou, vou,
acho que agora vou. Tão alva que tu és!
Nem sei se
estou pronto para ser infinito, mas estou pronto para findar.
Morte,
morte, parceira morte.
Não me
cansarei de falar, queria-te alva, talvez mais branda. Eu já disse!
Oh câncer
maldito! Cão! Patife! Que não me deixa escolha. É fim de flerte.
É fim de
dor, é fim de dor... Morte, morte, desgraçada morte prazer em conhecê-la.
Bayronianismo puro!
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