sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

CONTO 'NICHOLAS SPARKS'


NICHOLAS SPARKS

A muito tempo que a caravana de New Village pretendia migrar para o bucólico reino de Wind Beach. O grupo, liderado por Balzac, finalmente conseguiu recursos o suficiente para fazer a famigerada viagem.

Contudo, Mayer, o cocheiro que levaria a caravana, estava aflito. Seu grande amor, Lady Voldemort, não estava na relação que iria para o novo reino. Esperançoso de conseguir contornar tal panorama, o jovem guia foi até Balzac na expectativa de comovê-lo e fazê-lo mudar de ideia.

Balzac o recebeu em seu pomposo castelo e ouviu seus argumentos por várias horas. O líder, na verdade, parecia divertir-se com a aflição do cocheiro, e com a capacidade de criar argumentos que o rapaz proferia.

Após ouvir tudo atentamente, e com um júbilo que conseguia a custo manter obscuro, Balzac continuou taxativo quanto a seu decreto: Lady não iria e pronto!

Com a decisão de seu chefe tomada, Mayer voltou desolado para sua casa. Porém, resoluto a manter seu relacionamento, o jovem decidiu-se: Levaria sua amada, escondida, junto à caravana rumo a Wind Beach.

No dia viagem todos estavam presentes: Rei Master Cat, rainha Black Jewelry, Baronesa Lean Future e a jovem duquesa Tiger Kid II que lia uns estranhos escritos de um tal Sir Nicholas Sparks do reino de América. Junto aos nobres, iam dois lacaios, uma ama, e dois assistentes do rei e, claro, Balzac e Mayer.

Mayer e Lady Voldemort tinham tudo planejado. A garota ia escondida junto aos numerosos pertences do rei e da rainha e lá chegando, e não tendo como voltar, a jovem trabalharia para a rainha.

Lady posicionou-se nos fundos da carruagem dos pertences do rei quando acabou surpreendida por Balzac. O homem a capturou e a pôs em outra carruagem amarrada e vendada. Sem saber que sua amada passava por tal aflição, Mayer seguiu liderando a caravana satisfeito por seu plano supostamente ter dado certo.

Chegando a Wind Beach todos desembarcaram e, após o período onde todos puderam se estabelecer, Mayer foi a procura de sua amada. Chegando ao local tramado, ele não a viu. Mesmo desesperado, o jovem teve de manter sua aflição em silêncio, uma vez que tal insubordinação poderia lhe custar a prisão, ou pior, a morte.

Percebendo a tristeza de Mayer, Balzac divertia-se às custas da mazela do criado. Por vezes, sarcasticamente, o líder perguntava do porquê da introspecção do rapaz que insistia em dizer que não era nada, mesmo estando despedaçado por dentro.


O que o consolava eram os escritos do tal Sparks, um autor de manjadíssimas histórias de amor. Naquelas histórias uma série de óbvios desencontros amorosos ocorriam, porém, no final, o casal se reencontrava e terminava bem.

Mayer estranhou que todas as histórias tinham o mesmo enredo e final, mas, apegado à esperança de que sua vida imitasse a arte daquele medíocre escritor, o jovem perdia-se em sonhos e deixava-se levar pelos enfadonhos escritos.

Após o fim da jornada da família real em Wind Beach, Balzac chamou Mayer para conversar. Após mais uma série de tortura psicológica, o chefe perguntou ao jovem se ele achava que sua história com Lady Voldemort poderia ter o mesmo fim que as histórias de Sparks. Ao responder que sim, Mayer fora abruptamente interrompido por Balzac.

O carrasco líder, com muita crueldade listou o que fez com Lady. A trouxe na caravana (e a manteve distante de seu amado mesmo estando no mesmo reino); retirou sua pureza; fez-lhe-a um filho, a trancafiou numa gruta próximo ao ‘Buraco do Diabo’, e a mutilou retirando sua beleza e juventude.

Após relacionar o que fez com a jovem, Balzac perguntou a Mayer se ele ainda a queria. Egoísta, o jovem disse que não, pois não conseguiria viver com uma mulher feia, desvirtuosa e sofrida como Lady se transformara.   

Saldo desta aventura:

Nicholas Sparks só escreve mentiras!

Balzac fez Mayer sofrer.

Lady Voldemort continuava sozinha.


E Mayer vivia resmungando aos quatro ventos: “Aquele maldito Balzaquiano!”