quinta-feira, 11 de outubro de 2012

TEATRO DE UM VAMPIRO


Em 1996, infelizmente, o Brasil perdia um de seus maiores poetas e músicos: Renato Russo. Vitimado pela doença da hipocrisia dos humanos, Russo não resistiu a tantas barbaridades, à tanta banalização da violência, à prostituição de nossas crianças e a absoluta falta de intelecto. Morreu, desapareceu, foi para o espaço.

Deixou de agoniar as mazelas do mundo, cada vez maiores, cada vez mais intensas e, repito, cada vez mais banais. Pressupôs que não teríamos mais o apuro auditivo de outrora e que, nos idos de 2000 - 2017, louvaríamos cantores onomatopeicos que cantam o sexo na forma mais implícita.

Adivinhou que o politiquismo corretismo inundaria o país e que, apesar disso, o usaríamos erroneamente, perseguindo comediantes em vez de corruptos. Vislumbrou que violência e ignorância seria engraçado. E que vibraríamos porque alguém apanhou na TV. Pior: Vibraríamos porque alguém apanhou ao vivo. Tempos de odes violentus.

Renato cansou de dar murro em ponta de faca, até porque a faca (assim como os sorrisos) estavam enferrujados. Que país é este? Alguém irá bradar. De que adianta protestar se a gente ainda não aprendeu a sentir?

Pais e filhos, espirito santo... Gente que usa a religião de forma imperfeita. Gente que se aproveita da carência do povo. Que pena! Bora pro espaço, pra Via-Láctea. Estrelas são as nossas lágrimas.

Um dia a nossa nova juventude vai entender. Será? Por enquanto, não. O pra sempre, sempre acaba, mas este meio-caminho está foda de aguentar. 

Eu sou um vampiro, me sinto deslocado neste mundo de alienados. Eu não sou Alien, não sou passageiro, sou, talvez, da geração de uma Coca-Cola estragada. 

Onde estou? Aqui estou. Estou num teatro: O teatro dos resistentes. Eu acredito e vou alcançar.  Renato vive em cada grande ideia!


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